Terminará, para lamento da Comunidade Escolar de Guifões e do Ecoclube Guarda-Rios, um projecto educativo com quase vinte anos, a Horta Pedagógica da Escola Básica 2,3 Passos José (sediada numa estufa de duzentos metros quadrados na parte traseira do recinto escolar). Assim, num tempo em que se apela para a volta às origens e mais concretamente à terra, se verifica mais um atropelo aos valores ambientais e educativos. É revoltante ver a leviandade com que se tratam os assuntos ambientais, a subalternização a que estão votados por uma sociedade materialista e de consumo; será, com toda a certeza, um grave prejuízo para a comunidade escolar e mais concretamente para as crianças que, cada vez mais afastadas do campo e dos seus valores, imaginam um mundo em que as couves surgem embaladas nas prateleiras dos supermercados. Requer-se dos decisores escolhas que valorizem uma sociedade/comunidade e não que a prejudiquem que, num ímpeto de puro eleitoralismo (Eleições Autárquicas de 2013) ou de opiniões de beleza pessoal, hipotequem a ligação à natureza e à agricultura das gerações futuras. Na qualidade de antigo aluno da Escola Básica 2,3 Passos José, local onde fui bastante feliz e aprendi a ser adulto, local onde aprendi que a natureza é importante não só economicamente falando mas a todos os níveis das nossas vidas, expresso o meu profundo lamento por esta decisão irreflectida e imponderada. Contudo, há ainda a possibilidade de atenuar um mal que, embora pareça inevitável no momento, pode e deve ser reparado através da construção de uma nova estufa noutro local da escola. É importante que, num mundo cada vez mais valorizador dos edifícios de betão, alguém se insurja contra esta cavalgada do betão e seja capaz de valorizar as nossas raízes ambientais, sempre por um mundo melhor! Viva o Guarda-Rios! Viva Guifões!
P.S. Poderá ler a entrevista na íntegra se assim o desejar!
2 comentários:
Revejo-me totalmente no que escreveste, também eu fui aluno da escola e sei a importância da estufa, importância esta crescente, actualmente, onde a ligação à terra tem vindo a ganhar um lugar que já merecia há muito tempo, como bem referes! Recentemente, o parque escolar de Matosinhos foi renovado, o esforço financeiro na construção e renovação de escolas foi elevado mas temos de pensar se é realmente necessário construir uma nova escola, tendo em mente o decréscimo de natalidade que se tem verificado nos últimos anos. Quando eu leio que a nova escola terá 12 salas, e presumo que, pelo que diz a notícia, vá susbtituir uma escola que tem apenas quatro, onde eu também andei e aprendi o mais importante que é ler e escrever, eu fico com a sensação de que algo aqui está desproprocionado. Os anos de eleições autárquicas são terríveis, espero que não seja mais um embuste político na degradante caça ao voto que sempre se verifica por esta altura! De qualquer modo, a luta continua e a primeira deve ser a de impedir a construção da escola, que me parece desnecessária, e a manutenção de um projecto educativo de sucesso. Se se constuir a escola pode-se pensar numa outra localização. Se a localização tiver de ser esta então deve estar contemplado no projecto da nova escola a construção de uma horta nova em local próximo.
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