quarta-feira, 1 de setembro de 2010

YEE - Encontro Anual 2010 - República Checa

Nem sei por onde começar... E quando tenho estas dúvidas costumo começar pelo início! E o início disto tudo foi quando, há mais de 2 anos, três crentes pessoas acreditaram que se podia fazer um Ecoclube em Guifões! Não foi fácil...

Igualmente difícil é arranjar coroas checas em Portugal! "Uma moeda exótica" - disseram-nos! Por esta altura já estávamos a preparar a nossa partida para a terra dos Skoda! Mas nem nós sabíamos ao que íamos... mas fomos! E voltámos!

A YEE (Youth and Environment Europe) é uma organização europeia que não brinca em serviço! Com diversos parceiros europeus, pudemos constatar que o nível de organização desta organização é elevadíssimo para os padrões portugueses da OPE, a nossa organização nacional (Organização para a Promoção dos Ecoclubes). A boa notícia é que nós fomos representar a OPE no Encontro Anual da YEE e voltámos cheios de boas ideias e projectos para desenvolver e aproximar a nossa imberbe OPE da madura, quase trintona, YEE!

Treze nações estiveram representadas: Portugal, Itália, Reino Unido (Escócia), Alemanha, República Checa, Eslováquia, Polónia, Albânia, Macedónia, Geórgia, Arménia, Ucrânia e Rússia. Foi uma experiência culturalmente enriquecedora! Mas de tantos países apenas uma música ficou gravada na memória colectiva de todos os participantes: "Bacalhau à Portuguesa", o sucesso de Quim Barreiros que fez as delícias de todos! Frequentemente éramos abordados para ajudar a cantar a música da "Maria"! E para nossa surpresa a pronúncia era bastante boa; talvez não surpreenda tanto pelo número de vezes que a música foi ouvida durante aquela preenchida semana! Este pedaço da cultura Portuguesa foi revelado na "Noite Nacional", onde também o queijinho da serra, o salpicão e o Vinho do Porto foram das iguarias mais apreciadas! Pessoalmente aconselho todos os Portugueses que lerem isto a não provarem o queijo da Geórgia porque, enfim, é horrível! Descobrimos ainda que os Ferrero Rocher (passo a publicidade, mas se o Ambrósio quiser trazer uma caixa para o Ecoclube Guarda-Rios não recusaremos) são originários de Turim, no Norte de Itália; na Ucrânia há vodka feito com malaguetas (já não chegavam os cerca de 40 graus, tiveram de a pôr picante); o Whisky da Escócia não é pior do que os biscoitos de manteiga locais (os borrachões que me perdoem); as roscas da Rússia são secas (se calhar é por isso que precisam de algo para empurrar como vokda?!); um doce típico da Arménia era enrolado e comprido e fazia lembrar os longos intestinos humanos (mas era bom, pelo menos doce era...); da Albânia provámos uns deliciosos biscoitos que nos fizeram lembrar os almendrados; da República Checa a quantidade de chás que havia era apreciável mas não nos esqueçamos que os checos estavam a jogar em casa! E ficou por aí, talvez, o nosso gosto por bens checos; a comida disponível durante o encontro, que era cozinhada por uma família checa, ia do bom ao intragável! E não me refiro à qualidade da confecção, refiro-me ao sabor! Desde espinafres com sabor pior do que mofo, a misturas improváveis como pepino com açúcar (?) e molhos indecifrávis pelo sabor, durante uma semana não provámos o sabor não consensual mas indispensável à língua portuguesa do peixe! E carne também não era muito apreciada por aqueles lados: quem consegue viver assim?! É claro que fomos prevenidos e quando a fome apertou mais pudemos saborear umas excelentes sardinhas de conserva de Matosinhos!

Tudo isto é giro de dizer mas nem um décimo da nossa participação foi ainda tocado pelas palavras deste testemunho! Poderemos falar das interessantes grutas que vimos na zona de Svycarna onde ficámos alojados no meio das montanhas, a duas dezenas de quilómteros de Brno, a segunda cidade checa. A beleza e riqueza cultural de Brno mas especialmente de Praga! A verdura do país! ...

(continua)

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